Gestor de segurança saiu do ostracismo e toma decisões do negócio

Nesta entrevista exclusiva ao Portal Consefar, o gerente de Segurança da Novartis Biociências S.A, Adilson Almeida, fala sobre suas impressões em relação ao congresso, os temas mais relevantes em sua visão, a realidade do profissional que atua em segurança, a  qualificação para o cargo e o papel do gerenciamento de risco na segurança de produtos farmacêuticos.

Portal Consefar – Fale sobre sua expectativa em relação ao Congresso de Segurança para Produtos Farmacêuticos.

Adilson Almeida – Minha expectativa é a melhor possível. Por alguns anos ficamos sem um evento desse porte em nosso segmento, portanto, acredito que haverá muita troca de conhecimento entre os profissionais que trabalham na área. Tenho absoluta confiança de que o evento será produtivo, promoverá debates que, de alguma forma, nos fará refletir o modo como estamos trabalhando e lidando com as dificuldades do setor. E o resultado de toda essa troca, certamente, será o avanço no que mais importa: a proteção da carga.

PC – Em seu entendimento, quais os temas que chamam mais a atenção em termos de segurança de produtos farmacêuticos?

AA – Em minha opinião, os temas mais preocupantes são a falsificação, o roubo e furto. Porém, a falsificação é o pior deles por conta do mal imediato que pode causar na saúde das pessoas. Falando pelo lado positivo, é importante destacar o empenho e o investimento das indústrias farmacêuticas na segurança dos produtos, desde a fabricação até a entrega ao cliente final (GR).

PC – Qual é a realidade atual do profissional de segurança no setor?

AA – Vivemos em um país com realidades muito diferentes. Algumas empresas já entenderam que segurança é um investimento, faz parte do negócio e também gera lucro. Neste cenário, o gestor trabalha com mais recursos e consegue manter um bom nível de serviço e entrega o que a empresa precisa. Porém, a maioria das empresas não enxerga a questão dessa maneira e não contribui efetivamente com a atividade e especialização do profissional de segurança. Na verdade, são empresas que vivem “enxugando gelo”. Não conseguem fazer um planejamento sério e no “final do dia” perdem dinheiro.

PC – O mercado oferece qualificação adequada para este profissional?

AA – Existem algumas boas opções no mercado, aqui e fora do Brasil, e muitos gestores buscam uma especialização tanto no país como fora dele. De um modo geral, sou otimista e acredito que evoluímos bastante nos últimos 20 anos. Saímos do ostracismo de cuidar da portaria apenas, acessos e bens imóveis, para atuar com os decisores do negócio. Apesar de muitas barreiras que enfrentamos, hoje em dia, é muito comum ver o gestor de segurança participar de contratação de colaborador para áreas sensíveis ao negócio, do planejamento estratégico da empresa, etc.

 PC – Comente a respeito do papel do gerenciamento de risco na segurança de produtos farmacêuticos.

AA – O gerenciamento de risco é uma modalidade que foi ganhando espaço aos poucos, checavam apenas os dados cadastrais de motoristas e, eventualmente, inseriam escoltas em cargas de alto risco e, devido ao crescimento da violência e de roubos, nos últimos anos, o GR cresceu dentro da operação, vieram tecnologias, aplicaram-se os serviços de inteligência e melhorou o entendimento em relação à importância que o transporte de produtos exerce na cadeia logística, a ponto de não ser possível contratar um seguro sem a aplicação efetiva de um gerenciamento de risco. Olhando para os mercados no exterior, com índices de violência pouco parecidos com o nosso (México e Colômbia), estamos entregando mais com menos investimentos financeiros. Isso é um claro sinal de que evoluímos nos serviços de proteção logística com inteligência e eficiência.

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